segunda-feira, 22 de agosto de 2011

UMA NOVA GERAÇÃO




PAPO FEDERAL





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segunda-feira, 22 de agosto de 2011UMA NOVA GERAÇÃO



Postado por Martiniano às 20:00 Enviar por e-mail

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Abaixo a íntegra do discurso pelo qual o senador Cristovam cobra do governador Agnelo o “novo caminho” prometido na campanha. Os senadores Rodrigo Rollemberg e Gim Argel apoiam a cobrança do senador Cristovam.


O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PDT – DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fico feliz de ter aqui os outros dois Senadores pelo Distrito Federal, porque vou fazer o que não costumei fazer aqui ao longo desses oito anos: falar especificamente do Governo do Distrito Federal.

Tenho pautado as minhas participações aqui – e alguns até criticam – como Senador da República, buscando rumos para o Brasil, que é o caminho de encontrar bons rumos para o Distrito Federal. Mas, depois de quase seis meses, resolvi falar, provocado por um discurso, ontem na Câmara, do Deputado Reguffe. O Deputado Reguffe disse ontem que não dava para julgar o governo com seis meses, e outras coisas.

Quanto às outras coisas, estou de acordo com o Deputado.

Com essa, Senador Gim, eu não estou de acordo, porque não dá para julgar um governo de seis meses pelas obras, pelos resultados, mas dá para julgar um governo em seis meses pelas intenções dele, pelas propostas dele, pelas ideias dele, pelo entusiasmo que ele é capaz de provocar na sociedade.

Lamentavelmente, depois de seis meses de Governo, nós não vemos esse entusiasmo, nós não vemos essas intenções diferentes, nós não vemos aquilo que esperávamos.

Senador Mozarildo, o senhor talvez não tenha acompanhado a eleição aqui, pela qual eu fiz uma campanha muito forte. A campanha aqui tinha por lema: Um Novo Caminho – o Senador Eurípedes Camargo se lembra bem disso. Era um novo caminho, nós prometemos um novo caminho ao Distrito Federal. E nós ganhamos a eleição com a mensagem de um novo caminho. Tanto o Senador Gim como o Senador Rollemberg apoiaram isso comigo nas ruas.

Eu não vejo novo caminho.

Reguffe tem razão ao dizer que, em seis meses, não dá para construir um novo caminho, mas, em seis meses, dá para apontar o novo caminho. E nós não vemos isso.

Nós esperávamos uma mudança de governo que fosse absolutamente transparente e, apesar de eu não ter qualquer razão para desconfiar que o Governo atual tenha qualquer corrupção, nenhum indício, hoje a cidade inteira está tomada de rumores nesse sentido. Há rumores de que o Delegado Durval continua influenciando nas compras do Governo em alguns setores. São rumores. A gente não vê um rebatimento desse rumor e nem vê uma clareza de que isso é mentira. Eu desejo, espero e até acredito que seja mentira e que, se for verdade, acho que nem conta com o aval do próprio Governador.

Nós esperávamos que, no lugar de um Governo empreiteiro, como foram os outros, nós tivéssemos um Governo empreendedor. É uma diferença radical: governo empreiteiro e governo empreendedor. O governo empreiteiro é um governo empreendedor de obras; o governo empreendedor é um governo de soluções para os problemas sociais, fazendo obras quando necessárias para isso, mas as obras físicas, a construção civil não é a base de um governo empreendedor, é a base de governos empreiteiros.

Temos uma tradição no Brasil, de Distrito Federal, de governos empreiteiros. E tem uma lógica, Senador Gim. A lógica é que esta cidade, diferentemente de todas as outras, começa por sua construção física. Esta não é uma cidade que começou com pessoas aos poucos a formando. Esta é uma cidade que saiu de um papel. Não há outras. E do papel à realização, quem faz? Os empreiteiros, com seus trabalhadores. Só que nós já temos 50 anos. Está na hora de um governo que seja menos empreiteiro e mais empreendedor, para cuidar dos interesses do povo. A palavra cuidar, nós esperávamos, nós não vemos. Nós não vimos ainda não é a solução do problema da saúde, mas o encaminhamento deste problema. Até por que mais uma coisa que a gente esperava e que não acontece, Dr. Mozarildo, Senador médico, pode dar razão ou não dependendo da visão, mas aqui nós provamos que a saída para o problema de saúde não está em mais hospitais, está na saúde chegando na casa das pessoas. Em seis meses dava para começar, para sinalizar que Saúde em Casa ou Saúde da Família – se não quiser usar o nome do meu governo – seria o caminho, mas não é o que a gente vê. O que a gente vê ...

O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti. (PTB - RR) – Senador Cristovam, permita-me interromper o seu brilhante pronunciamento um pouquinho, só para registrar a presença aqui na nossas galerias dos alunos do ensino médio do Centro Educacional Pompílio Marques de Souza, de Planaltina, Distrito Federal.

São muito bem-vindos.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PDT - DF) – Fico muito feliz de estar falando não só para os velhos Senadores, mas também jovens que assistem, sobretudo sendo aqui do Distrito Federa a fala que estou fazendo.

Então nós esperávamos um governo de cuidar e não governo de construir. Eu votei num doutor e eu tenho como Governador um engenheiro. O Dr. Agnelo virou engenheiro. No que ele se concentra é na construção de um estádio para abrir a Copa, é na construção e abertura de novas vias e não no cuidado do doente que está em casa e que não consegue sair, ou se conseguir sair vai entrar numa fila de hospital.

Hospital é para um tipo de doença, restrito, o número de doenças de um hospital. A maior parte das doenças são tratadas fora dos hospitais. As classes médias e altas vão para os consultórios médicos, não vão para os hospitais, a não ser em caso de acidente ou de cirurgia. Por que é que povo, que não pode pagar um consultório, corre para um hospital? Porque hospital é público. Tinha que ter os consultórios públicos, que eram aquelas casinhas que, no meu governo, a gente fez, alugou, aliás, colocou médico, colocou enfermeiros e que atendia o povo junto.

Nós esperávamos que o Governo Agnelo estivesse sinalizando para um novo tipo de saúde, e as soluções que ele está procurando são as velhas soluções. Eu não reclamo de ele não ter solucionado, Senador Rodrigo, porque demora, mas eu reclamo de ele não ter sinalizado para um outro tipo de solução. Solução simples, como eu disse na campanha, aprendendo do Gabeira que propôs isso no Rio de Janeiro, quando disse: todo morador do Rio de Janeiro vai ter direito a um chek-up uma vez por ano. Ele poderia estar fazendo

Ele poderia estar fazendo isso. Um check-up por ano custa menos do que financiar o tratamento de quem ficou doente porque não soube antes que ia ter a doença. Não custaria muito. Nós esperávamos, sim, mais cuidar e menos construir. Nós esperávamos que o transporte público fosse tratado diferentemente. E nós estamos vendo as mesmas coisas de sempre: uma aliança de trabalhador rodoviário com empreiteiro para ter um aumento. Talvez seja necessário, mas não está sinalizando uma mudança. Qual mudança? A mudança de que a descentralização pode ser mais eficiente do que o transporte; a solução de novas tecnologias, como o próprio Governador Arruda sinalizou, dos Veículos Leves sobre Trilhos, construídos em qualquer lugar, sem gastos públicos inclusive. E aí, sim, o Governador Arruda fez de uma maneira que eu não defenderia.

E aqui vem outra coisa que eu esperava. Enquanto nós estamos discutindo se aumenta ou não tarifa, nós já deveríamos estar discutindo como implantar a tarifa zero de ônibus nessa cidade, porque não é impossível, Senador Gim. Hoje uma parte considerável do custo é paga pelo Estado, sob a forma de vale transporte, de tarifa zero. para PMs, para estudantes, para deficientes. Essa é uma parte considerável. O que falta complementar para se ter tarifa zero não é muito. Já pensou uma visão diferente? O Governo construir uma empresa popular, eu até chamaria assim, para zelar pelo transporte público, em que a tarifa seria zero, o Governo diria quanto pode colocar para isso e essa empresa, até uma empresa do ponto de vista de gerência, com o povo participando, como no orçamento participativo do meu tempo, definiria as tarifas. Tarifa sendo definida pelo povo. Isso não é impossível. E o povo não vai querer ônibus velho. E se para ter ônibus novos for preciso pagar maiores tarifas, o povo é até capaz de aceitar, mas não apenas para aumentar o salário dos rodoviários e os lucros das empresas.

Eu quero dizer outra coisa que eu esperava e não estou vendo: uma relação diferente entre o setor público e privado. O Governo está com o viés da velha estatização para tudo. Morreu o tempo em que a solução vinha pela estatização. A solução vem pela publicização. E tem hospitais estatais que não são públicos e pode ter um hospital com gestão privada que seja público.

Eu tenho uma definição, Senador Gim, de hospital público de uma maneira muito diferente. Por aí se diz: hospital público é aquele que é do Estado. Para mim hospital público é onde não se tem fila para entrar e não saímos de lá com doença

não sai com doença e não tira dinheiro do bolso.

Agora, se a gestão, se a propriedade, se os trabalhadores daquele hospital são dirigidos por uma entidade privada, não é problema, desde que o governo pague, depois de uma licitação correta, depois de uma fiscalização cuidadosa.

Nem podemos exigir que os médicos deste País, que tenham vocação para donos de hospital, façam hospitais de caridade. Não podemos exigir isso. Nem podemos impedir que nossos pobres possam ir a um hospital dito privado. Mas a gente não vê.

Agora mesmo, o compromisso do governador de colocar creche para todos, está querendo fazer com creches estatais. Não vai funcionar e vai demorar demais. Creche pública é creche de igrejas, com qualidade, que a gente paga com dinheiro público. É creche de uma mulher que tenha a sua creche, ou uma mulher crecheira, como se chama, e que o governo paga, fiscalizando, tomando cuidado, fazendo um vestibular para ver se aquela creche merece. Vão adiar e adiar e adiar e não vão fazer; ou vão fazer e não vai funcionar bem.

Imagine uma greve de todas as creches de uma cidade, um desastre. Se elas forem público e privada, uma PPP, uma faz greve, mas a outra não faz. A gente tem formas de conviver.

Nós esperávamos, sim, que a publicidade fosse diferente. Eu não imaginava que o governo que nós elegemos, com dois meses, ia colocar hospitais que não construiu, porque não dava tempo. E aí o Reguffe tem toda razão. Agora, se o Deputado Reguffe tem razão ao dizer que não dá para julgar um governo em seis meses, por que é dá para botar na publicidade que o governo fez um hospital novo?

Eu soube que até as empresas de publicidade, no começo, disseram que não devia se fazer essa publicidade, porque as pessoas não iam acreditar. E o governo insistiu em fazer essa publicidade. Por que o governo repete a mesma coisa?

Eu esperava, e nós esperávamos, desapadrinhamento neste governo, porque os governos anteriores tiveram a tradição de apadrinhamento de deputados, pessoalmente, e não de conversa com os partidos aos quais ele pertence. E hoje a gente sabe que secretários, que administradores são nomeados por apadrinhamento. É claro que podia dizer de compadrio em vez de apadrinhamento, porque o deputado oferece ao governador um apoio em troca de cargos.



Eu confesso que não esperava esse tipo de coisa. Eu poderia, Sr. Presidente, fazer uma lista muito maior do que eu esperava, do que eu esperava, do que eu esperava...

Eu esperava que o Governador levasse adiante e não quero usar a palavra compromisso, porque nunca exige dele nada de compromisso durante a campanha, mas esperava que ele fosse adiante com as falas dele para o povo, de implantar o horário integral por cidade. Não dá para ele implantar o horário integral em todas as cidades do Distrito Federal, nem em quatro anos, não só nos seis meses que o Deputado Reguffe usou, em quatro anos dá. Mas já dava para estar implantando e, no fim do ano, inaugurar, em cidades como Paranoá, em algumas das cidades pequenas do Distrito Federal e não vemos isso. Já dava para o Programa de Erradicação do Analfabetismo estar em marcha e não está. Eu esperava um governo diferente. Poderia citar muitos outros esperávamos, porque não era só quem fez a campanha, muitos outros esperávamos.

Neste sentido, discordo da maneira específica do Deputado Reguffe mas concordo plenamente com o Deputado Reguffe quando ele diz e defende que o PDT, que é o Partido dele e meu, deveríamos estar fora do Governo, independentes, não ir para oposição, por causa de responsabilidade que temos com esse governo, mas estarmos olhando, dando sugestões.

Aliás, o Deputado Reguffe disse: não quero cargo, quero que ouçam minhas ideias. Queria que esse governo cumprisse aquilo que o Deputado Reguffe fala, que ouvisse nossas sugestões, que ouvisse nossas cobranças e que ouvisse nossos alertas, como o que estou fazendo agora.

Não vamos deixar de colaborar com o Governo. Antes de ontem, tive o privilégio de assinar um convênio do Ministro do Trabalho com o Governador Agnelo para investir R$2milhões em um programa de formação de mão de obra, um curso profissionalizante, de uma emenda que eu coloquei e por isso fui convidado pelo Ministro Lupi e não fui pelo Governo e estive lá e assinei embaixo do governador, como testemunha, nada mais.

Queremos continuar torcendo, queremos continuar ajudando, não queremos absolutamente indicar nada, indicar ninguém. Agora o que mais a gente exige

Mas o que mais a gente exige é o respeito ao eleitor, respeito aos não eleitores, porque são brasilienses, e também respeito aos eleitos, como dois que aqui estão, e não sei como estão sendo respeitados, Senador Rodrigo Rollenberg, Senador Gim, eu também, e a bancada de Deputados. Nós exigimos respeito para eleitores, não eleitores brasilienses e os eleitos. No mais, não precisa de nada, de cargo, de favor, de nada, só de respeito.

E dentro do respeito obviamente, ser capaz de entender um discurso como esse como um alerta e, ao mesmo tempo, como porta-voz, porque eu não pedi licença a ninguém. O que estou dizendo, sinto que estou sendo porta-voz da população do Distrito Federal, porque é isso que ouço todos os dias na rodoviária quando ali vou, que ouço nas feiras, que ouço em restaurantes, que ouço entre amigos e não amigos, que ouço nas conversas. O Governo prometeu um novo caminho, mas está no velho caminho.

E para concluir, Senador Gim, deixarei para depois do aparte que lhe concedo com muito prazer.

O Sr. Gim Argello (PTB - DF) – Muito obrigado, Senador Cristovam. O senhor traz o tema, e a gente tem que pedir desculpa à população do Brasil, mas estamos falando de Brasília de hoje, temos uma bancada inteira, hoje, aqui no Senado. V. Exª que nos orienta, eu e o Senador Rodrigo Rollemberg. Vou falar sobre cada tema que o senhor colocou. Vamos começar por Brasília cinquenta anos em obra, cinquenta anos construindo uma cidade que é o sonho de todos os brasileiros, a casa de estar, a sala de estar de todos os brasileiros, uma cidade que é motivo de orgulho para todos nós, onde juntamos gentes de norte a sul do País, que é motivo de muito orgulho, uma cidade de gente ordeira, trabalhadeira e que realmente merece, e merece de verdade, esse novo caminho. Foi o caminho que acreditamos, participamos efetivamente, ajudamos a chegar. Passaram efetivamente seis meses, um oitavo do Governo, e, realmente, o sentimento de rua, o sentimento que escutamos é que está deixando a desejar. Não começou a engrenar o Governo ainda, o Governo não começou a agir, e não é no campo das obras, como V. Exª falou, porque, no campo das obras, e o senhor participou efetivamente, na condição de líder do meu partido, o PTB, e primeiro vice-líder do Governo tanto do Presidente Lula quanto da Presidente Dilma. Posso trazer alguns dados que são impressionantes. É bom para que todos os brasileiros e brasilienses vejam o balanço do que foi trazido do Governo Federal para o Governo do Distrito Federal. Colocamos do Governo Federal no Distrito federal, de 2007 até 2010, e são dados impressionantes: em execução

Em execução e já executados R$10,5 bilhões no Distrito Federal. Quando V. Exª começou a falar, pedi ao meu gabinete, todos os trechos, todas as obras, tudo o que está em andamento, quer dizer, o que está em andamento no Distrito Federal, do PAC Federal, o que conseguimos colocar para o Distrito Federal. E, após 2010, no decorrer de 2011, 2012, 2013, 2014, tem mais R$3,2 bilhões. São números impressionantes, são dados impressionantes, por quê? Porque o Brasil todo reconhece a importância de Brasília, que tem que estar realmente equipada: as rodovias que dão acesso à Cidade, o saneamento, controle de ?, os estudos de manutenção, o aeroporto, são vários investimentos, inclusive em acessibilidade, são todos investimentos que o Governo Federal faz no Distrito Federal. Então, para que isso? Por que fizemos tanto esforço para trazer tanto esforço para trazer tantos recursos para o Distrito Federal? Para que o Governador, o Governo local, tenha tempo de cuidar e não olhar, mas de cuidar da população, da área da saúde. É impressionante, para V. Exª ter ideia, Senador Mozarildo, que é médico, a saúde do Distrito Federal tem, hoje, à disposição, pelo Fundo Constitucional, R$4,6 bilhões. Temos que realmente cuidar da saúde. Todos reclamam com a gente porque isso não está acontecendo, como V. Exª está colocando ou que o Senador Rodrigo Rollemberg há pouco me falou, não está acontecendo, e gostaríamos que, realmente, acontecessem. Agora, no campo da saúde, Senador Cristovam, para este ano, em nível de orçamento, a luta da Bancada, colocamos aqui, temos 60 equipes da saúde da família, que V. Exª colocou, para ir à casa das pessoas, já tem orçamento, tem recurso para isso, mas precisa realmente de gestão. Por que? Se V. Exª olhar aqui, cada equipe da saúde dessa vai custar e já está no orçamento R$400 mil para cada equipe. Temos aqui autorizado meia dúzia de UPAs para Brazlândia, para Paranoá, para Planaltina, para Santa Maria, para Sobradinho, quer dizer, está tudo pronto para ser realizado, precisa de gestão. É isso que V. Exª está colocando e, se eu colocar para V. Exª a ampliação dos setores, todo o Distrito Federal está protegido por verbas federais. Então, precisamos de gestão, porque não adianta ficarmos nesse esforço, falando, pedindo a todos os Srs. Senadores, pedindo ao Congresso Nacional, falando com o Governo Federal, para que possamos colocar todos esses recursos no Distrito Federal, se as coisas não começam a acontecer. Mas já se passaram seis meses, e como V. Exª colocou, não vou discutir as influências que as outras pessoas podem ter no Governo, escutamos isso no dia a dia, é realidade o que escutamos.

Mas, pelo que torcemos e acreditamos, que não está acontecendo? No que continuamos acreditando? Que vamos achar um novo caminho, porque, até agora, sou obrigado a concordar com V. Exª, todos esses recursos colocados para obras, o Governo Federal vem fazendo a parte dele, a bancada vem fazendo a parte dela. Tenho a consciência tranqüila de que venho fazendo a minha parte, mas, quando a gente começa a colocar... Hoje tenho um compromisso, vou almoçar na minha querida e grande Taguatinga, vou à Ceilândia. Todas vezes em que lá estou, o que acontece? Estive recentemente na Feira do Guará e ouvi das pessoas: Gim, não está acontecendo, o Governo não está reagindo, as coisas não estão fluindo. O nosso querido Agnelo, que era unanimidade a favor, encontrou um clima super, hiper favorável para fazer as mudanças necessárias e está perdendo a grande chance de fazer uma primeira boa impressão de gestão nos seis primeiros meses. Essa é a verdade. Agora, cabe-nos chamá-los para conversar e dizer: olha, vamos consertar, vamos procurar aquilo que prometemos para todos. Nós prometemos escola integral, prometemos creches, tem uma relação de coisas que prometemos no período de campanha que não estão sendo realizadas. Essa responsabilidade é dele e é nossa. É a primeira vez que estamos falando isso francamente, esperamos passarem seis meses para podermos nos posicionar, mas sou obrigado a concordar com V. Exª e com o Senador Rodrigo Rollemberg.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PDT – DF) – Muito obrigado, Senador Gim. Passo a palavra ao Senador Rodrigo Rollemberg.

O Sr. Rodrigo Rollemberg (Bloco/PSB – DF) – Senador Cristovam Buarque, V. Exª assume a tribuna hoje diferentemente do que V. Exª costuma fazer, como disse, de tratar de temas nacionais para tratar do Distrito Federal. Nós enfrentamos essa jornada juntos, eu, V. Exª e o Governador Agnelo. É claro que somos todos responsáveis pela eleição do Governador Agnelo. Quero aqui fazer algumas observações. Concordo que há, de parte da população, insatisfações, há uma expectativa não realizada em relação a muitos pontos do Governo do Distrito Federal, mas é importante também registrar para todos os que estão nos ouvindo, nos vendo, nos assistindo, que a situação encontrada pelo Governo do Distrito Federal, em função de tudo o que aconteceu, lamentavelmente, em Brasília nos últimos anos, é a de uma terra arrasada. O serviço público no Distrito Federal é terra arrasada...

Entendo que isso, de certa forma, contribui para que o Governo não tenha conseguido ainda construir uma agenda positiva. Mas é claro que tudo tem limite, a população já não aceita mais o argumento de que essa situação estava deteriorada. A população quer soluções para os seus problemas. Eu entendo que o grande problema hoje no Governo do Distrito Federal seja um problema de gestão, um problema de excessiva concentração de poder, que faz com que, por mais competente que a pessoa seja, seja incapaz de dar curso a todas as questões que estão colocadas no dia a dia da política, no dia a dia da Administração Pública e que são agravadas pela situação que o Distrito Federal vive. Estamos vivendo algumas questões que precisam ser enfrentadas, inclusive pela bancada, conjuntamente com o Governo, por exemplo, essa decisão do Supremo Tribunal Federal recente de considerar ilegais os incentivos dados a algumas indústrias no Distrito Federal. Neste momento, essa decisão atinge poucas indústrias no Distrito Federal, mas o seu efeito multiplicador, o seu efeito simbólico pode fazer com que muitos empreendimentos que estão querendo vir ou estão se instalando no Distrito Federal possam mudar de opinião. Esse era um momento, no meu entendimento, para o Governador chamar a bancada do Senado, chamar a bancada de deputados federais, compartilhar as preocupações, ouvir. Aqui temos pessoas muito experientes, como V. Exª, que foi governador, enfrentou problemas no governo, problemas políticos, problemas administrativos, saiu-se bem, e que tem uma contribuição a dar. Então, eu aproveito essa oportunidade para publicamente colocar para o Governador Agnelo a necessidade de ouvir as pessoas que querem ajudar. Vejo V. Exª, sei do seu compromisso com o Distrito Federal, V. Exª sabe do meu compromisso, do compromisso do Senador Gim e temos uma contribuição a dar, de dar nossas opiniões. Eu sempre disse ao Governador Agnelo que o meu maior desejo é poder olhar daqui a 4 anos para o Distrito Federal e dizer: “Eu ajudei a construir um Distrito Federal melhor, temos mais qualidade de vida no Distrito Federal,

... o Distrito Federal mudou o seu vetor de desenvolvimento, passou a ser um polo de inovação tecnológica, revolucionou a educação, revolucionou a saúde, transformou-se num grande centro turístico nacional”. Nós estaremos sempre à disposição para colaborar com o Distrito Federal, com a população do Distrito Federal. Portanto, quero cumprimentar por V. Exª por trazer o Distrito Federal. Acho que devemos discutir mais o Distrito Federal. Ainda hoje trouxe essa manchete do Correio Braziliense. Eu também estava querendo abordar esse tema: “Máfia do transporte usa greve para elevar tarifa”.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O Sr. Rodrigo Rollemberg (Bloco/PSB – DF) – Nós precisamos. E quero dizer que tudo que o Governo Agnelo fizer para enfrentar esse cartel do transporte coletivo no Distrito Federal, que humilha a nossa população no seu dia a dia, que oferece condições péssimas, ônibus velhos em intervalos enormes, que só andam lotados e vivem quebrando, fazendo com que a população do Distrito Federal perca grande parte do seu dia nesses ônibus, terá o nosso apoio. Eu li nesse mesmo jornal, ainda esta semana, que o Governo iria licitar 1.200 novos ônibus. Entendo que nós devemos licitar, abrir completamente...

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PDT – DF) – Claro.

O Sr. Rodrigo Rollemberg (Bloco/PSB – DF) – ... o transporte coletivo do Distrito Federal, para que outras empresas do País todo possam promover uma grande concorrência interna, para que a gente tenha transporte de melhor qualidade a preço mais barato. Tudo que foi feito para enfrentar esses cartéis que se instalaram no Distrito Federal nos últimos anos terá todo o meu apoio.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PDT – DF) – Muito obrigado, Senador.

Peço mais algum tempinho para dizer o seguinte: Senador Rodrigo, de fato, o Governo atual recebeu a casa desarrumada, mas nós, na campanha, não prometemos arrumar casa; prometemos construir uma casa nova, diferente. Essa foi a nossa proposta. Daria até por que nunca o Distrito Federal recebeu tanto dinheiro do Governo Federal. O Governo, hoje, recebe mais de quatro vezes o que recebia quando eu fui governador. E mais: é obrigatória a transferência. No meu tempo, era voluntária a transferência do Governo Federal; não havia esse fundo constitucional.

E o que preocupa é que não estejam surgindo as plantas desta nova casa que seria o Distrito Federal daqui para frente, o novo caminho. Se a gente tivesse consertando a casa, mas apontando um novo caminho, tudo bem. Temos paciência. O problema é que a gente não está vendo o novo caminho.

Tomemos o caso do ônibus. Esse problema é fruto da casa mal-arrumada, porque demorou muito tempo sem aumentar tarifa de ônibus, sem comprar ônibus novos. Foi a maneira de não aumentar tarifa não exigir ônibus novos. É complicado arrumar esta casa!.

É complicado arrumar essa casa. Mas por que não trouxe outra proposta diferente para o transporte público? Por que não fizemos já – e daria tempo – as licitações para novas empresas? Por que não sinalizamos para uma relação diferente, em que o usuário fosse ouvido, numa forma de Orçamento Participativo, para saber qual é a tarifa e se está disposto a sacrificar a qualidade do ônibus em troca de uma tarifa mais baixa? Não houve o novo. Era preciso arrumar a casa, não há dúvida, mas era preciso acenar como é que será a casa nova.

E aí eu concluo, falando num ponto que o Senador Rodrigo tocou. Aliás, dois. Um é o da concentração do poder. Eu diria, Senador Rodrigo e Senador Gim, que temos dois fenômenos no Governo: a concentração de poder exagerada em um secretário e a ausência do poder do Governador, ele próprio. Essas duas coisas, quando se juntam, é uma tragédia. Uma superautoridade, que não foi eleita para aquele cargo, foi nomeada, e uma ausência de autoridade do chefe dele. E é o que eu ouço não na rua, eu ouço dos outros Secretários, eu ouço dos outros que participam do Governo, que há uma ausência, de um lado, e um superpoder, de outro. Mas eu ainda acho que o problema fundamental não é de gestão, é de linha para onde queremos levar o Distrito Federal.

E aqui quero concluir dizendo que, muito perto daqui, Anápolis, em trinta anos, no máximo, vai roubar de Brasília a possibilidade de sermos uma cidade moderna. Não moderna na arquitetura. Não, na arquitetura nós vamos continuar. Mas moderna na concepção de desenvolvimento. Porque o Governador Marconi Perillo, que não é do meu Partido, que não tenho razão para defender, não tenho procuração dele, apesar de ter boa relação, está, de fato, construindo uma concepção nova para o Estado de Goiás. E vai aproveitar o eixo Goiânia-Anápolis e concentrar ali um grande centro industrial de alta tecnologia. Enquanto concentra em Goiânia um grande centro de saúde para atender os casos complicados de doenças do Brasil inteiro.

Aí a gente vê linhas conduzindo para um futuro diferente. Aqui a gente não vê linhas conduzindo para o novo caminho, que foi nosso slogan, nosso do Governador Agnelo, nosso porque eu participei e não vou dizer que estava errado naquele momento, de jeito nenhum. Eu estava ao lado dele. Mas eu estou aqui cobrando, não me lamentando de ter apoiado o Governador Agnelo. Longe de mim. Ele prestou um grande serviço em impedir que o Governador Roriz continuasse como nosso Governador.



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“...porque quero ser árvore escolhi a semente de minha carreira politica

CRIANdo esperanÇA”.



ESTAMOS EPEANÇOSOS DE RESPOSTAS CONCRETAS!